Parque Metropolitano Armando de Holanda é tema de audiência na Câmara

por Suporte publicado 30/05/2019 11h41, última modificação 30/05/2019 11h41
O Parque é tombado pelo Estado de Pernambuco e guarda construções históricas como a Igreja de Nossa Senhora de Nazaré

O plenário da Casa Vicente Mendes recebeu na manhã dessa quarta-feira (29/05) uma audiência pública sobre a gestão do Parque Metropolitano Armando de Holanda Cavalcanti. O patrimônio vem sendo esquecido, ao mesmo tempo em que as memórias históricas vão sendo apagadas. Diante desta realidade, o debate foi gerado para contribuir no fortalecimento desta relação e do alcance de uma gestão da conservação do território mais exitosa. A propositura foi do vereador José de Arimatéia (PSDB) e reuniu diversas autoridades do Poder Executivo, Complexo Portuário de Suape, Fundarpe e Condepe Fidem, além de associações e sociedade civil.

Dando início a audiência, o vereador Arimatéia agradeceu a presença de todos e abordou o tema. “Esse momento aqui hoje é para discutirmos os interesses sociais e econômicos do nosso patrimônio histórico que é o Parque Armando de Holanda Cavalcanti. Nosso objetivo é darmos o pontapé inicial para esse debate de melhorias na gestão do território”, declarou. “Vamos ampliar este Conselho Gestor com representantes da sociedade civil e propor uma comissão formada por cada representante das comunidades para discutir as propostas do futuro do Parque”, finalizou.

O presidente da Casa Legislativa, vereador Vicente Mendes Neto (PDT), falou da importância do debate. “Temos que dar as mãos para fazer valer esta audiência. Precisamos tirar daqui grandes encaminhamentos para melhoria da gestão do Parque Armando de Holanda. Temos um tesouro em nossa cidade e a Casa Vicente Mendes está aberta para chamar a todos para esta discussão e cobrar dos devidos responsáveis as responsabilidades. Parabéns ao vereador Arimatéia pela iniciativa”, destacou Neto.

De acordo com o diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Suape, Carlos Cavalcanti, o ponto de vista do plano diretor onde se fez uma revisão foi apontar o Parque como cultural e que temos a responsabilidade de cuidar desse território. Colocamos ele como prioridade. Sabemos das inúmeras dificuldades e desafios históricos do Parque e a ausência do Estado tem sido muito ruim, pois temos ao nosso ponto de vista a paisagem mais bonita de Pernambuco”, enfatizou. “Precisamos e queremos discutir de maneira participativa a construção de propostas junto com todos, para que possamos ter essa visão de futuro”, concluiu Carlos.

O secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo do município, Moshe Caminha, parabenizou o parlamentar pela audiência e informou que vem tentando encontrar alternativas para fomentar o turismo do Cabo. “Estamos todos engajados para tentar achar soluções para os problemas encontrados e queremos de forma conjunta e unida pensar no que podemos fazer de melhor para o Parque Armando de Holanda”, disse.

“Minha pauta é de construção e pra isso temos que aprender a tratar os problemas sociais que estão ali dentro. As pessoas precisam ser tratadas com dignidade, precisam participar da construção das propostas e ter a visão do futuro do Parque. Parabéns a todos que hoje estão aqui dando importância a esse momento e peço o comprometimento com a situação”, falou o morador de Gaibu, Sérgio Belo.

Participaram da audiência os vereadores Ezequiel Santos (PT), Ricardo Carneiro (Solidariedade), Ronaldo Santos (PTB), Everaldo Cabral Júnior (PRP), César Paiva (PSC) e Flávio do Fórum (PSB).

HISTÓRICO DO PARQUE - O Sítio Histórico do Cabo de Santo Agostinho/Baía de Suape abrange o acidente geográfico do Cabo e a Praia de Suape, ao sul até o Pontal. De acordo com alguns historiadores, aquele era o local onde supostamente aportaram os primeiros navegadores que vieram às Américas desde o século XV, e que mais tarde, serviu como ancoradouro natural para escoamento da produção de açúcar nos séculos XVI e XVII, sendo ainda, foco da resistência ao invasor holandês.

O Parque é tombado pelo Estado de Pernambuco, e no interior do perímetro tombado, está localizado o Parque Metropolitano Armando Holanda Cavalcanti, que guarda construções históricas como a Igreja de Nossa Senhora de Nazaré (séc. XVI) e as ruínas do Convento Carmelita (1692), o Forte Castelo do Mar e as ruínas do seu quartel, (1631), ao sul, as Baterias de São Jorge (1632), em alvenaria de pedra solta; as ruínas da antiga Casa do Faroleiro (séc. XIX) o Forte de São Francisco Xavier de Gaibu (séc. XVII), além da ruína da capela velha e do casario que configura a Vila de Nazaré.